Nasce o Sol, e não dura mais que um dia,
Depois da Luz se segue a noite escura,
Em tristes sombras morre a formosura,
Em contínuas tristezas a alegria.
Porém se acaba o Sol, por que nascia?
Se formosa a Luz é, por que não dura?
Como a beleza assim se transfigura?
Como o gosto da pena assim se fia?
Mas no Sol, e na Luz, falte a firmeza,
Na formosura não se dê constância,
E na alegria sinta-se tristeza.
Começa o mundo enfim pela ignorância,
E tem qualquer dos bens por natureza
A firmeza somente na inconstância.
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Manuel Botelho de Oliveira:
Muito significativo Boca do Inferno! São poemas como esse que mostram seu lado mais sentimental, e não só o de crítico voraz. As antíteses que percebemos em " Luz/ noite escura" ; "tristezas/alegria" por exemplo são bem características de nossa época literária.
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Padre Antonio Vieira:
Quanta indecisão amigo Gregório! Essa é uma caractérística marcante nas obras barrocas; o sentimento de contradição e conflito constantes. Afinal, estávamos vivendo uma total confusão não é mesmo? A religião de um lado, os pricípios antropocêntricos do outro, os Protestantes tentando conquistar fiéis, os Católicos tentando reconquistá-los. Oh Deus!
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Nuno Marques Pereira:
Viver a vida intensamente é muito importante! A vida é curta, devemos, por isso, gozá-la ao máximo. "Se é tão formosa a Luz, por que não dura?", exatamente por isso! Devemos aproveitar enquanto há luz ou então acabarmos assombrando a todos com um blog de fantasmas. CARPE DIEM!
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2º A